sexta-feira, abril 15, 2011

Bacana, o menino.

Pagu estava cansada de um dia estressante em seu trabalho. O mundo parecia mais confuso que antes. Um maluco palestrante havia atirado em várias crianças em uma escola da “então cidade maravilhosa”. Chocante a forma como alguns humanos expressam sua raiva do mundo. Para Pagu, a raiva era inspiração para uma poesia, a mágoa poderia ser facilmente convertida em composições inacabadas ou textos nunca lidos... era assim que Pagu entendia que poderia se livrar de seus problemas com a sociedade. Pagu só não sabia como se livrar da saudade daquele menino.

Aquele menino havia deixado marcas que o tempo jamais apagaria.

Por problemas com a justiça (Pagu não quer ser processada) e com a moral e os bons costumes, ela prefere chamar aquele menino de Bacana. Sim, como aquele menino Jonas Bloch- naquele seriado Armação Ilimitada – a Malhação dos anos 80.

Bacana chegou na vida de Pagu como um raio, aqueles que fazem o céu negro clarear inteiro. Era possível acontecer algo de novo naquele coração surrado e desacreditado de Pagu?
Bacana se aproximou devagar, observando,e jogando conversa fora. Falaram sobre a vida, rock and roll e filmes. Ouviram milhares de músicas, filosofaram e riram muito de vídeos engraçados no youtube. Passaram a compartilhar momentos agradáveis e conquistaram algumas metas juntas. Certa vez, Pagu cansada de tentar e não conseguir foi surpreendida por Bacana. Sentada na calçada prestes a desistir ele, o Bacana lhe estendera a mão dizendo: “desistir é tão deprimente!”
Pagu até hoje não sabe explicar, mas quando Bacana lhe estendeu a mão, sabia que se segurasse a mão de Bacana teria que sustentar uma revolução em sua vida. Pagu não sabe explicar por que, mas a partir daquele dia, ela entendeu que não existe razão nas coisas feitas pelo coração e Eros havia mais uma vez sacaneado com aquele pobre coração cheio de remendos. Mais uma vez as borboletas haviam retornado ao estômago de Pagu.

Viveram felizes naquele universozinho criados por eles. Pagu e Bacana eram felizes. Se encontravam todos os dias para beijos calientes, conversa boa, piadinhas infâmes e muita risada. Pagu só conhecia duas pessoas que a faziam rir com os olhos. Bacana era uma dessas duas pessoas.
Certa vez, em um encontro, Pagu e Bacana comemoraram 2 meses juntos. Ali detonaram muitos pães de queijo e uma torta de morango maravilhosa. Ah como riram e fizeram promessas que só quem ama pode entender a insanidade e inocência das promessas.

Pagu estava assustada com Bacana, ele era só um menino que havia estremecido seus pilares de mulher virtuosa para a sociedade. Ele era tudo de errado, criminoso e insano que poderia acontecer em sua vida. Ele era tudo o que Pagu queria, Era tudo o que Pagu precisava para voltar a acreditar no amor.
Pagu estava louca, louca, louca. Aquilo tudo não ia acabar bem. Pagu havia feito uma lista de todas as vezes que havia se metido em enrascadas. Ponderou os prós e os contras e decidiu: Bacana faria parte de sua vida.
Mas nem tudo são flores, muitas vezes na vida é necessário pegar as armas e sustentar a revolução, a mudança que deseja fazer em sua vida. Pagu, revolucionária como sempre, havia entrado mais uma vez no pior campo de batalha que existe, o amor e desde o maldito dia que decidiu amar também passou a sentir saudades e sofrer.

Bacana foi embora.

Mas não disse Adeus, logo...... havia uma chance. Era preciso paciência.

Caro bacana, onde quer que esteja, essa música é pra você. “ Nossa hora vai chegar, se você acredita eu também acredito”.

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