sexta-feira, setembro 24, 2010

Libertária, uma fábula capitalista - parte II

Facilmente convenceram o Sistema que encarregou- se de inserir na cabeça dos povos de Libertária (Comerciantes, Miseráveis e Operários) que haveria mudanças e que nada podiam fazer a respeito, apenas aceitar, afinal pior não poderia ficar! Prontamente o deus Lucro encarregou-se de invocar das profundezas dos lagos da Méritocracia sua mais fiel aliada, a deusa adormecida “Propriedade Privada” que sob o pseudônimo de “PEPE” tinha duas valiosas armas, a espada revolução e a metralhadora da ética, uma turbospyranger poderosíssima. Contra o deus Lucro e sua aliada, “PEPE”, ninguém teria chances.
Após muita corrupção, mensalão e horário político onde palhaços, ninfas doentias e maléficos oradores contaminavam as mentes cansadas e desapontadas do povo de Libertária, todos os representantes das classes estavam reunidos no grande templo Pacaemboulous felitche. Compareceram o deus Lucro e sua aliada deusa PEPE, o deus Sistema, e até mesmo o oráculo Google. Os Conhecedores aliados e patrocinados pelos Comerciantes estavam ali sob a liderança dos Gananciosos prontos para derrubarem com a poderosa deusa Lei. O conflito havia começado Operários haviam tentado derrubar o deus Sistema que com suas adagas burocráticas golpeavam sua esperança e paciência. Estes, cansados, não estavam mais dispostos a perder. Quanto aos Miseráveis, eram fracos demais contra as poderosas armas do Sistema e do Lucro que arrancavam - lhes as forças durante oito horas de trabalho e mais quatro horas de extras.
Foi nesse momento que surgiu nos corredores do templo, com sua poderosa metralhadora de ética, uma “turbospyranger” último modelo, a deusa PEPE que com um golpe único imobilizou Miseráveis e Operários. Era o começo do fim.
O fim chegara quando com vários golpes a deusa PEPE atingiu a desprotegida deusa Lei. Caída no chão a deusa sangrava palavras, tradição, tratados, convenções, moral e bons princípios. Suas pernas e braços começaram a trincar e subitamente a deusa Lei despareceu e em seu lugar surgiu uma nova deusa, a deusa Constituição.

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