sexta-feira, setembro 24, 2010

Libertária, uma fábula sobre o capitalismo - parte I

Libertária era uma “lândia” muito bonita, conhecida por suas belas praias carregava o mérito de nunca ter tido se quer um terremoto. Lá havia uma população peculiar, eram eles os Comerciantes, os Operários, os Conhecedores e havia também uma raça muito interessante, eram os chamados Miseráveis. Os miseráveis eram muito fracos, mas nunca entravam em extinção. Em Libertária todos viviam felizes, porque todos se achavam iguais. Quando questionados sobre a tal da igualdade, eles sempre respondiam que eram iguais porque todos tinham as mesmas coisas, todos usufruíam igualmente da terra e dos meios mais importantes para sobreviver. Pensavam assim porque aquela gente havia sido ensinada pelo oráculo Google da qual acreditavam que jamais mentiria para eles. Um dia, alguns homens e mulheres fugindo de Ganância, um país vizinho, pediram asilo e proteção ao povo de Libertária e estes concederam - lhes, afinal haviam aprendido com o grande oráculo Google como deveriam tratar todos aqueles que em algum momento da vida passam por dificuldades.
Embora Libertária parecesse uma terra de muita alegria e satisfação, havia alguns deuses que sempre entravam em conflito com o restante da população eram eles o deus Sistema, o deus Lucro e a deusa Lei, a mais poderosa dentre todos.


O tempo havia passado, e aqueles habitantes de Ganância haviam prosperado nas terras de Libertária e percebendo que haviam melhorado bastante a qualidade de vida dos “libertárianos”, em conjunto passaram a refletir sobre a sociedade e concluíram que a população dos Conhecedores haviam feito muito mais pelo progresso e avanço da ciência do que os Miseráveis e os Operários. Desenvolvendo essas ideias construíram um pensamento completo sobre quem deveria dominar daquele tempo em diante, a vida de todos os habitantes de Libertária. Os Gananciosos concluíram que quem trazia mais benefícios para a sociedade deveria ter mais do que quem não trazia. Não obstante, havia um longo caminho pela frente, convencer os deuses e depois inserir o pensamento na população subjugada.

Os Gananciosos primeiramente convenceram os Conhecedores que deveriam ter algum tipo de mérito por terem o poder de criar, melhorar e até mesmo de destruir qualquer coisa. Os Conhecedores foram mais longe, acreditaram ter o mundo em suas próprias mãos. Após os Conhecedores terem aceitado o pensamento, chegara a hora de convencer os deuses.
Os deuses eram espertos e sabiam muito bem o poder que cada um possuía. Para controlar os ânimos entre os poderosos, a deusa Lei havia dominado há muito tempo o poder em Libertária, e havia submetido todo o poder do deus Lucro. Este, por sua vez, irado conspirava sempre contra a deusa Lei, mas sempre se dava mal. A deusa Lei sempre contava com o “maria vai com as outras”, sim ele mesmo, o deus Sistema. Burocrático e lento ele sempre estava ao lado de quem estava com o poder.
Para o plano ser concretizado, quem dos deuses, Gananciosos e Conhecedores deveriam convencer primeiro? Chegaram à conclusão que primeiramente deveriam convencer o deus Sistema, afinal o Lucro já era carta marcada.

Leviatã


leviatã


Um comentário:

leticia_andermann disse...

Com sua permissão quero colocar essa fábula fabulosa (rsrs - pleonasmo) no meu blog também. Direitos autorais mantidos!
Adoreei a história das ninfas doentias!

E para acrescentar...

No templo do oráculo Google, os sacerdotes, os Smiths, eram auxiliados pelas ninfas doentias na sua magia negra mais profunda: o bluetooth.